quinta-feira, 17 de março de 2011

Sosia Obama Brasil RIO DE JANEIRO

Obama de MG faz desde campanha para Copa até festival de 'butecos'

Mineiro foi ‘descoberto’ por americanos quando estava no Rio de Janeiro.
Ele pensa treinar o inglês e ir aos EUA para conhecer o verdadeiro.

Alex Araújo Do G1 MG

Gerson de Almeida, o Obama mineiro, ostenta faixa presidencial e bandeira americana. (Foto: Alex Arújo/G1)Gerson de Almeida, o Obama mineiro, ostenta faixa presidencial e bandeira americana. (Foto: Alex Araújo/G1)

O nome de batismo dele é Gerson Januário de Almeida, 43 anos. Mas, no bairro onde mora, Monte Azul, Região Norte de Belo Horizonte, ele é popularmente conhecido como Barack Obama. O apelido, é claro, por conta da semelhança física entre ele e o presidente dos Estados Unidos.

Nas horas vagas, Almeida, que é servidor público estadual, incorpora o presidente norte-americano. E o serviço vem completo. Terno, gravata, barba feita e, para incrementar, uma faixa nas cores vermelho, azul e branco. Ele ainda carrega uma bandeira do país e acena com a mão direita, como faz a maioria dos políticos.

A história começou em 2008, quando Almeida foi a passeio para o Rio de Janeiro. Na capital fluminense, quando estava no bondinho do Pão de Açúcar, foi abordado por um grupo de turistas vindos dos EUA, que ficou surpreso com a semelhança do brasileiro com o americano. “Eles chegaram perto de mim e disseram que eu era parecido com o presidente. Pediram para tirar fotos comigo. Depois desse fato, comecei a pensar que eu parecia mesmo com o Obama”, disse Almeida.

A semelhança física com o presidente americano é notada até pelos conterrâneos. (Foto: Alex Arújo/G1)A semelhança física com o presidente americano é
notada até pelos conterrâneos. (Foto: Alex Araújo/G1)

Após este episódio, uma agência paulista se interessou pelas semelhanças entre o mineiro e o americano e, desde então, envia pedidos de eventos e contatos publicitários para Almeida. “Já fiz propagandas para revistas, jornal e participo de festas de fim de ano de empresas. Além de já ter dado entrevistas aos principais jornais impressos e emissoras de TV em Belo Horizonte”, falou.

Um evento destacado pelo Obama mineiro foi o “Copantanal”, uma iniciativa criada quando várias capitais brasileiras competiam para sediar o Mundial de 2014. Na ocasião, o Obama tupiniquim foi escalado por Campo Grande para fazer campanha a favor dos sul-mato-grossenses. “Foi muito bom. Conheci a Luiza Brunet e sósias da Marilyn Monroe, Charles Chaplin e Elvis Presley", contou. Em 2009, ele prestigiou um festival de Comida di Buteco em Belo Horizonte.

Outro acontecimento memorável, segundo o Obama brasileiro, foi um evento em que ele marcou presença na festa de uma companhia aérea americana que havia completado um ano de voos diretos entre Belo Horizonte e Miami. De acordo com Almeida, por evento, em média, o “presidente mineiro” embolsa até R$ 1 mil de cachê.

Além do lucro financeiro, Almeida também colhe outros louros em virtude da sua aparência. “No trabalho e no meu bairro as pessoas só me chamam de Obama. Quando passo de carro perto da minha casa as crianças dizem: ‘Olha o Obama, mãe!’. Também sou convidado para festas no bairro e não pago nada”, disse, entusiasmado.

Almeida comentou que admira algumas características do "original". “O Obama tem uma habilidade de se comunicar com os chefes de Estado que poucos têm”, elogiou.

Inglês básico

O Obama made in Brazil fala apenas o inglês básico, mas pretende fazer aulas para avançar o idioma e ir aos Estados Unidos. Mas ele não descarta a possibilidade de contar com o apoio de um intérprete, caso encontre o americano.

Enquanto não viaja, ele aproveita a popularidade. Em uma viagem que fez a Coqueiral de Itaparica, no Espírito Santo, foi assediado. “Eu fui abordado pelas pessoas que disseram que eu era muito parecido com o Obama. Eles ficavam me comparando”, disse.

Alto e esguio como o próprio Obama, Almeida joga vôlei com os amigos perto de casa às quintas-feiras e faz musculação outras duas vezes na semana.

Sobre a possibilidade de seguir carreira política, Almeida diz que entrar simplesmente por causa da aparência não é bacana, mas, sim, pelas causas sociais, com responsabilidade.

Um desejo dele é voltar à faculdade. Ele fez três períodos de Pedagogia e de Licenciatura em Artes Visuais, na Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg), mas abandou os cursos. Pretende, de acordo com ele, voltar à sala de aula para fazer Administração Pública. “É uma boa oportunidade para mim porque eu sou funcionário público”.

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